sexta-feira, 30 de março de 2012

Aprenda em 10 anos

Texto de: Alessandro Brandão

Qual foi a última vez que você leu um texto sem aquela ansiedade de passar para o próximo ou fazer outra atividade? Você consegue se concentrar num texto por 10 minutos?

Claro que toda essa correria tem um impacto negativo no aprendizado. Num mundo do rápido, dos livros “aprenda em 21 dias” ou “aprenda em 15 minutos”, onde o efêmero é a regra, talvez não exista espaço para o sustentável e para a qualidade. Tenho sempre a impressão de que o rápido não combina com aprendizado, ao passo de que a calma e a tranquilidade, sim.

Desde o meio do ano passado, venho utilizando a seguinte filosofia de trabalho na Inovesys: “Eu prefiro fazer certo do que fazer rápido”. Um dos resultados disso foi que conseguimos fazer em 3 meses um sistema que estamos tentando tirar do papel desde 2007. Alguns de vocês já devem ter utilizado o EAD do Fórum de Idiomas. O que acontecia antes é que a afobação para fazer rápido, rápido, rápido; nos fazia ficar girando em círculos e não saía nada.

Vamos levar isso para o aprendizado de um idioma. Vou contar para vocês uma “novidade”, aprender um idioma demanda tempo, dedicação e muito esforço. Aprender um idioma é um processo complexo que envolve, de certa forma, ensinar ao cérebro uma nova forma de pensar. Acho interessante que para matérias consideradas complexas não existem livros que vendem o rápido, ou você conhece algum livro com o título “aprenda Física Quântica em 15 minutos”? Mesmo que exista, acho que não faz muito sentido.

Veja só que informação interessante:


Os pesquisadores (Bloom (1985), Bryan & Harter (1899), Hayes (1989), Simmon & Chase (1973)) mostraram que leva cerca de 10 anos para desenvolver expertise em qualquer uma de várias áreas pesquisadas, incluindo jogar xadrez, composição musical, operação de telégrafo, pintura, tocar piano, nadar, jogar tênis e pesquisar neuropsicologia e topologia. A chave é a prática deliberativa: não apenas fazer de novo e de novo, mas se desafiar com uma tarefa que está além da sua capacidade atual, tentando, analisando sua performance durante e depois da sua execução e corrigindo seus erros. Então, repita. E repita mais uma vez. Não existem atalhos: até Mozart, que era um músico pródigo desde os 4 anos, levou mais de 13 anos até começar a produzir música clássica mundial. Fonte: Imasters

Fica a questão, o número mágico é 10 anos ou 10 mil horas? De qualquer forma acho que devemos valorizar o processo, o estudar todos os dias. Devemos sentir prazer em ter contato com o idioma, é impossível fazer algo de forma forçada por 10.000 horas.

Por favor, não vamos nos apegar aos números, se todos concordarem que a persistência é importante já terei chegado ao meu objetivo com o artigo.

Quantas horas você já somou? Quantas horas você está disposto a colocar no seu banco de horas hoje?

Bons estudos!